terça-feira, 14 de maio de 2013

O Corpo de Cristo (Parte 2 - Final)

(leia Parte 1)

Membros Uns dos Outros

Em segundo lugar, nos é ensinado que sendo membros do corpo de Cristo, somos também membros uns dos outros, e é essencial que aprendamos esta verdade se quisermos entender o caráter de nosso parentesco com todos os filhos de Deus. Assim, o mesmo vínculo que nos une a Cristo, nos une também a todos os crentes; pois o mesmo Espírito que nos une a Cristo nos uniu também uns aos outros. É isto que significa a "unidade do Espírito" (Efésios 4.3), ou seja, a unidade de todos os membros de Cristo, que foi formada nesta Terra pelo Espírito de Deus.

Se agora você abrir em 1 Coríntios 12, verá o maravilhoso caráter do nosso mútuo parentesco, decorrente do fato de sermos membros uns dos outros. Você pode ler do versículo 12 ao 27 para sua meditação e enquanto isso assinalarei os importantes pontos que são ali ensinados. Em primeiro lugar, é deixado bem claro que "o corpo não é um só membro, mas muitos"; e que cada membro tem o seu próprio lugar no corpo. Sendo assim, o apóstolo pergunta: "Se o pé disser: porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?". E então ele toma o cuidado de mostrar que o lugar peculiar que cada um ocupa no corpo é o resultado do ato soberano de Deus, além de nos exortar a não nos esquecermos que, embora sendo muitos membros, há um só corpo (1 Coríntios 12.14-20). Como seria fácil para alguém ampliar este assunto acrescentando seus próprios pensamentos, se não tivéssemos mais nenhuma instrução a respeito. Mas quero apenas chamar sua atenção aqui para dois pontos: nossa obrigação ou responsabilidade em reconhecer, primeiramente, a diversidade de membros (v. 14) e, em segundo lugar, a unidade do todo (v. 29). E me atrevo a acrescentar que é impossível guardar uma coisa ou outra, a menos que você esteja congregado fora do arraial, separado de todas as denominações e sistemas humanos, para o nome de Cristo somente. 

Em segundo lugar, está claro que cada membro do corpo necessita de todos os outros membros, pois "o olho não pode dizer à mão: não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: não tenho necessidade de vós", e o apóstolo continua nos ensinando que "Deus assim formou o corpo... para que não haja divisão no corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros" (1 Coríntios 12.21-25). Somos, então, lembrados de que o parentesco entre os membros é tão íntimo que "se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele" (1 Coríntios 12.26).

Uma União Indissolúvel

Por estas passagens das Escrituras você poderá entender que a expressão "o corpo de Cristo" não se trata de uma mera figura de linguagem, como muitos a consideram, mas expressa uma realidade - a pura realidade de nossa união com Cristo, bem como de nossa união uns com os outros. E estou certo de que você entenderá que nossa responsabilidade para com Cristo, como a Cabeça do corpo, e nossa responsabilidade para com os outros membros não poderá ser compreendida, e muito menos manifestada, se esta verdade for menosprezada ou ignorada. Mas, por outro lado, quando ela é conhecida, temos não somente o gozo de uma união consciente com Cristo, como podemos nos regozijar em nossa união - nossa indissolúvel união - com todos os membros do Seu corpo em todas as partes do mundo.

Isto nos leva a resultados bastante práticos. Por exemplo, se alguém me diz que devo filiar-me a qualquer uma das denominações existentes, imediatamente respondo que não posso fazer algo que negue - e claramente nega - esta preciosa verdade. "Você me pede", eu diria, "para me unir a um determinado grupo de cristãos que estão em comum acordo em determinadas coisas; mas eu já estou unido a todos os crentes, e preciso de todos; não posso, portanto, aceitar uma base de união que exclua qualquer um deles". Até mesmo se me convidassem para me unir a um certo número de cristãos que não levassem em conta as barreiras denominacionais (geralmente conhecidos como "interdenominacionais" - N. do T.), eu responderia: "Sou um membro do corpo de Cristo e, portanto, não posso estabelecer qualquer base de união diferente daquela que é o corpo. Ou permaneço na base que Deus estabeleceu ou não permaneço em base nenhuma". Sendo assim, enquanto eu não conhecer a verdade do corpo de Cristo, não poderei compreender o lugar que Deus gostaria que eu ocupasse neste mundo.

Mas agora deixo este assunto para sua meditação, pois estou certo de que se você buscar nas Escrituras, na dependência do Senhor, Ele irá guiá-lo, pelo Seu Espírito, para que você conheça a Sua vontade a este respeito. Em minha próxima carta, se Deus quiser, apresentarei a você outro assunto que está intimamente ligado a este, ou seja, o que se refere à mesa do Senhor.

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