sexta-feira, 17 de maio de 2013

Deveres e Discernimento


(Comentário Romanos 13)

CONTINUA a senda do homem celestial sobre a Terra. Qual deve ser a sua conduta em relação ao governo deste mundo? Ele deve sujeitar-se. Deve reconhecer os poderes governamentais que são, como tendo sido escolhidos por Deus. Ele deve ficar longe da ilegalidade e da insubordinação. "E os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação." (Rm 13.2) O cristão deve ser, dentre todos os homens, o mais leal, até mesmo por uma questão de consciência. "Portanto dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo: a quem imposto, imposto: a quem temor, temor: a quem honra, honra." (Rm 13.7)

Deve ser observado que aqui não há nenhum preceito de que devêssemos tomar parte ou lugar na política deste mundo, mas tão somente estarmos sujeitos. A igreja, ou o cristão, é sempre visto como não sendo do mundo, mas, enquanto nele, deve permanecer em sujeição. Não importa o tipo de governo, a senda do cristão é de sujeição; e, querido jovem crente, Deus é mais sábio do que nós.

"A ninguém devais coisa alguma." (Rm 13.8) Estas poucas palavras são bem fáceis de se compreender. Não somente os débitos, mas todas as contas devem ser pagas no seu devido tempo. Para poder agir assim, o cristão deveria sempre procurar viver um padrão de vida inferior à sua renda, e comprar dentro de suas possibilidades. Isto pode exigir muita diligência e renúncia própria, mas quanta miséria pode evitar. Estas palavras, portanto, são importantes quando aplicadas ao quanto se ganha e ao que se gasta. Além disso, qualquer que seja a medida de bondade que nos for demonstrada, procuremos devolvê-la com generosos juros. "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros." (Rm 13.8) Ah, esta é uma dívida que nunca conseguimos pagar totalmente, pois trata-se de amarmos uns aos outros como Ele nos amou.

O amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5.5). Agora, neste exercício, este amor flui a outros -- o amor de Deus em nossos corações pelo Espírito -- e o resultado é que "quem ama aos outros cumpriu a lei". (Rm 13.8) Deste modo os mandamentos que dizem respeito ao nosso próximo estão todos cumpridos. "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." (Rm 13.9) Isto é feito pelo duplo poder do amor de Deus, já derramado em nossos corações, e pelo Espírito que nos foi dado. Não se trata de colocar o cristão sob a lei novamente, e dizer a ele que, se guardar a lei, Deus o amará e lhe dará o Espírito Santo. Tampouco isso é dizer a ele que ore pedindo pelo Espírito, para que possa guardar a lei. É o oposto de tudo isso. O amor de Deus e o Espírito, isso tudo o cristão já tem, e o amor não faz mal ao próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da lei. Quão bela é a ordem de Deus, e o efeito nunca é colocado antes da causa.

Mais uma vez, nos versículos 11 ao 13, deve existir inteligência, como "conhecendo o tempo" etc. Mas se os cristãos não conhecem o tempo, porém supõem exatamente o contrário, ou seja, que o mundo está para ser convertido, ou em vias de melhorar, ou que a noite não é passada, ou até mesmo que não haja noite nenhuma, mas que estejamos vivendo o grande dia do desenvolvimento e aperfeiçoamento humano -- se estiverem assim tão obscurecido e equivocados, como poderão conhecer a perfeita vontade de Deus quanto ao andar, ou à santa separação de um mundo amaldiçoado para juízo? Acaso, num estado como esse, não seria impossível conhecer a perfeita vontade de Deus?

Que palavra oportuna! "Conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado." (Rm 13.11,12) Que motivação para a santidade! Tenha cuidado com toda santidade fingida que não possua este discernimento e motivação. O quê? O Senhor está à porta, e nós, cristãos, dormimos? Pensemos no gozo que teremos, estando para sempre com o Senhor -- quão perto está agora a nossa salvação -- ou o dia da ira e juízo sobre este mundo que O rejeitou. "Rejeitemos pois as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz." (Rm 13.12) Se o mundo está precipitado na desonestidade desta noite escura, "andemos honestamente, como de dia". (Rm 13.13) Que mudança haveria na conduta, até dos cristãos, se estivéssemos prontos a despertar, para aguardarmos o Senhor, dia após dia.

Será que você gostaria de ser encontrado por Ele andando em "glutonarias" e "bebedeiras"; em "desonestidades" e "dissoluções"; ou em "contendas" e "inveja"? Com certeza que não. "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências." (Rm 13.14) Oh, possamos nós despertar do sono e, aguardando pelo Senhor, nos revestirmos dEle. O mundo não irá escutar o evangelho -- eles não irão ler Cristo na Palavra. Possam eles, então, ver Cristo em nós, e em tudo o que fizermos -- epístolas vivas, lidas e conhecidas de todos os homens.

Eles nos olharão; eles nos observarão de perto. Eles não sabem o quanto Satanás quer nos fazer tropeçar. Não conhecem as tentações e as aflições do crente, e o quão propensos somos a falhar, se não houver uma constante dependência do poder de Deus. Mas que o mundo nunca nos encontre fazendo provisão para a carne a fim de satisfazer suas concupiscências. Que o Senhor abençoe estes preciosos preceitos, tanto para o escritor como para o leitor. A noite é passada, e o dia é chegado. Oh, quão cedo deveremos estar para sempre com o Senhor!

C. Stanley. Fonte: http://pt.scribd.com/doc/104720029/Vida-Atraves-Da-Morte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares